quinta-feira

Holocausto

Auschwitz-Birkenau (Official Site)

A partir da ascensão ao poder em janeiro de 1933 do partido nacional-socialista dos trabalhadores alemães (partido nazista) os partidos políticos e a democracia são extintos. São construídos campos de concentração (Dachau) a fim de prender todos os opositores políticos. E os judeus são excluídos dos postos públicos, e os seus negócios sofrem o boicote nacional organizado pelos nazistas. Quando começa a Segunda Guerra Mundial pela Alemanha, a política oficial do nazismo era excluir os judeus de todas esferas da existência social. São instituidas leis-antijudaicas a fim de segragar os judeus da vida política, social, e econômica da Alemanha.

O extermínio dos judeus começou com a invasão da União Soviética pelas tropas nazistas em junho de 1941. Cerca de 1, 3 milhões de judeus foram mortos até o final desse ano, a maioria por fuzilamento em massa no território soviético, pelos unidades especiais que acompanhavam o exército alemão. Caminhões que se tornaram câmaras de gás móveis atuaram em outra frente de extermínio. A Alemão considerava a invasão da URSS, como uma verdadeira cruzada para libertar moscou do jugo judaico-comunista. A associação entre judeus e o comunismo era um dos motes mais fortes da ideologia nazista, tidos como pricipais inimigos. A partir do final de 1941, a Alemanha nazista havia decidido a “solução final” do problema judaico, cujo objetivo era destruir 11 milhões de judeus de toda a Europa. A partir desta data, os nazistas iniciaram o genocídio nos campos de extermínio na Polônia, onde mataram cerca de 2,7 milhões de judeus e 1,5 milhões de civis e prisioneiros de guerra de várias nacionalidades e grupos étnicos, como os ciganos. Para implementar o extermínio dos judeus, ocorreu uma verdadeira mobilização de guerra. Todos os países ocupados, neutros ou aliados à Alemanha foram obrigados ou constrangidos a partir de 1942, a deportar os judeus para a Polônia. Os alemães deixam claro que esta medida era extrema urgência para a política alemã e era um elemento para definir boas ou más relações do governo nazista com cada país.

O eixo central em que girava toda a ideologia nazista era a idéia de superioridade biológica da “raça ariana” sobre outros povos considerados inferiores. Essa idéia racista foi transformada pelos nazistas em imperativo do Estado. Para Hitler a história era uma luta permanente entre raças. O combate contra os judeus era um imperativo da natureza, uma necessidade biológica, contra “parasitas”. O processo de extermínio em toda sua extensão foi medicalizado segundo uma concepção eugenista, determinante no nazismo, de que exterminar os judeus significava manter a saúde do “corpo alemão”. Tratava-se de uma limpeza social. Ideologicamente, os nazistas se achavam encarregados de executar uma missão que a própria natureza se encarregaria de fazer contra as raças tidas como inferiores, em um processo de seleção natural. Segundo o historiador Roney:

“O conceito de ‘raça’ adquiriu força na Alemanha nazista porque remetia a busca de uma unidade nacional alemã a uma origem remota, mítica, e de natureza biológica, o que lhe daria um caráter atávico e ‘genético’ (...) No nazismo era a segregação dos judeus que dava uma idéia de nação e de unidade ao povo alemão. Para justificar esta segregação, o Estado nazista revitalizou crenças antigas da mitologia germânica sobre um suposto ‘passado racial’ comum dos ‘arianos[1].

Toda essa “diabolização” do judeu, atingiu seu ápice na disseminação do mito da conspiração judaica mundial, que acusava os judeus de dominar o mundo. Segundo uma de suas versões, “ Os Prototocolos dos Sábios de Sião”, diz que um governo secreto judeu manipularia capitalismo, comunismo, meios de comunicação e ciência para manter domínio sobre todos. Com a utilização do anti-semetismo, os conflitos sociais existentes na sociedade podem ser escamoteados e deslocados para a figura produzida do judeu demoníaco.

Considerados “criminosos”, sem ter cometido crime algum, foram difamados, expulsos de suas casas, agredidos, perseguidos, roubados, deportados, exterminados, sem terem qualquer infração. E isso, num país considerado muito “civilizado”, no qual os judeus estavam consideravelmente integrados.

Nos campos de concetração a morte é banalizada entre os nazistas, e escamoteada aos judeus. Toda carta oficial e conversas sobre o extermínio seguia uma rigorosa linguagem em código. Assassinato em massa, por exemplo, era designado por “tratamento especial”; e câmaras de gás eram “instalações especiais” ou “casas de banho” ( essas eram disfarçadas de banheiros com chuveiros para desinfecção). Nas câmaras de gás a morte era impessoal, e dava aos nazistas a limite máximo de capacidade física para matar. A condições eram degradantes nos campos, as estimativas de vida era de meses nos trabalhos forçados, ou quando morria de desnutrição, ou era levado para desinfecção (câmara de gás).

Quando do fim da guerra, e o estimado de 6 milhões de judeus mortos, muitos nazistas ficaram impunes no julgamento internacional. A justiça não puniu oficiais do exército, funcionários civis, membros do governo e da SA. Segundo Roney para evitar dificuldades à retomada do desenvolvimento econômico alemão, e integrá-lo rapidamente ao bloco ocidental: no contexto da Guerra Fria, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha evitaram julgamento em massas e limitaram pedidos de reparos por parte de vítimas .

Nota:
[1] : CYTRYNOWICZ, Roney. Memória da barbárie: a história do genocídio dos judeus na Segunda Guerra Mundial . São Paulo:Nova Stella: Editora da Universidade de São Paulo, 1990, p.24.

Referências bibliográficas:
ARENDET, Hannah. As Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989

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